domingo, 15 de agosto de 2010

Trechos.

"A questão é que, às vezes, você não sabe como irá se sentir em relação a certas, até que seja tarde demais. Não é uma experiência pela qual se deseje passar."
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"Mas não naquele momento. Naquele momento, estávamos na varanda, seu espírito temporariamente livre da prisão à qual voltaria, como fantasmas que voltam à noite, eu sabia."
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"... como poderia fazer Jesse entender isso, como poderia acelerar os próximos meses da vida dele, o próximo ano, talvez, até aquele ponto maravilhoso em que você acorda e não sente mais a falta dela (aquela dor de dente sumiu), mas simplesmente boceja, põe as mãos atrás da cabeça e pensa "Preciso fazer uma cópia da chave da casa. É arriscado ter apenas uma chave", ou algo parecido. Pensamentos lindamente banais e libertadores (será que eu fechei a janela do quarto?), que só aparecem quando a dor da queimadura já passou, e até a lembrança dela é tão remota que você não consegue entender porque aquilo durou tanto tempo, ou qual o sentido daquele sofrimento. (Olhe, o vizinho está plantando uma bétula nova!)
Como se a corrente que o prendia à âncora tivesse partido (você não consegue lembrar exatamente onde e quando, ou o que estava fazendo), você percebe de repente que seus pensamentos estão novamente sob controle; sua cama não parece mais vazia, mas simplesmente sua, sua para dormir, ler o jornal ou ... Ei, o que eu estava mesmo planejando fazer hoje? Ah, fazer a cópia da chave, claro! Sim!
Como conduzir Jesse até esse ponto?"
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Pra quem não gosta de ler ou apenas não presta atenção, O Clube do Filme, de David Gilmour, pode ser só enrolação, mas realmente há ótimas passagens e ótimos conselhos de quem já viveu bastante e tem histórias pra contar! /fikdik

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