Bom, agora que finalmente estou aqui, nem sei como começar.
Acho que pelo começo seria bom, né? ^^
Exatamente uma semana atrás, eu fui me deitar e não tinha absolutamente nada pra fazer (já tinha lido todos os livros disponíveis), foi então que me deparei com um albúm de fotografias antigas. E como num rompante, uma profunda tristeza me abateu. E foi quando muitas coisas vieram a minha mente.
A primeira e única coisa que pensei em fazer a respeito foi escrever uma história, que dissesse o que eu queria contar. Mas no final das contas, acho que estava apenas fugindo daquilo, estava apenas transportando toda a minha tristeza para outra pessoa de nome estranho e no final, o conto ficou total sem graça.
E hoje, ao ver o blog do meu querido amigo Marcus (sequelasdopensamento.blogspot.com), me deparei com uma coincidência espantosa. Já que, no seu último post, ele havia dito tudo o que eu não consegui dizer e tudo o que eu estava, na realidade, tentando evitar.
Então acho que a atitude que eu tenho que tomar, é deixar o conto sem graça pra lá, e enfrentar os meus pensamentos e minhas tristezas.
Bom, comecei pelo inicio, e fui para o fim, e agora retorno ao inicio, tipo aqueles filmes ultra complicados, sabe?
As fotos eram da primavera de 1996, quando eu tinha apenas 3 anos.
Segundo as fotos, pareciam momentos felizes, a família ainda estava reunida. Era uma casa grande, com um campo de futebol na frente, e árvores de flores rosas, acho que eram ipês. E havia um senhor que passava na rua vendendo caquis, acredito que a minha paixão por caquis tenha vindo daí. São as únicas lembranças que tenho de lá, além de uma tarde em que choveu e eu, minha irmã e meu pai tomamos banho de chuva. Do interior da casa não lembro nada, só o que tem nas fotos, e mesmo assim, são poucas informações. Mas sinto que, aos 4 anos, quando deixei aquela casa ao lado da minha mãe, uma parte de mim ficou para trás, uma parte da qual eu sinto muita falta. Talvez seja aquela família, que aos olhos de uma criança que não enxerga os problemas dos adultos, parecia perfeita.
Foi tão estranho sentir as lágrimas caindo pelo rosto por causa de um momento do qual eu apenas tenho flashes. Do qual, na verdade, parece que nem fez parte da minha vida, e sim de um filme assistido a muito tempo atrás. Afinal, segundo os conhecedores da área, uma pessoa não se lembra dos seus primeiros anos de vida.
Mas voltando ao assunto em questão. Porque sentimos tanta falta de algo que nem sequer lembramos direito? E eu fico me perguntando, o que teria sido da minha vida e da minha família, se minha mãe não tivesse saído de lá, e me levado junto. Como seria se ela tivesse tentado mais uma vez, e nós tivéssemos ficado lá. Será que a nossa família ainda estaria unida? Será que a minha irmã ainda estaria viva? Será que eu seria mais feliz? Acho que sim.
Não culpo os meus pais por terem se separado, acho que se eles estivessem juntos não seriam mais feliz, pelo menos naquela época não. Mas eu gostaria de ter aquela família unida novamente. Gostaria de ter a minha infância de volta, e ter aproveitado muito mais do que aproveitei. De ter sido mais feliz e inocente por mais tempo. Talvez eu apenas queira as minhas lembranças de volta.
Acho que eu tenho que parar de evitar as coisas ruins que acontecem e enfrenta-las, se não, nunca vou supera-las. Tenho que aprender a pedir perdão e principalmente a perdoar. E tenho que ser feliz do jeito que as coisas são. Tentar achar um lado bom em tudo.
Agradeço ao Marcus pela conversa de hoje. Por me escutar, pelos bons conselhos e por abrir a minha mente.
Beijos :*