domingo, 20 de abril de 2014

Por mais que eu tenha tido experiências maravilhosas recentemente, estou em uma fase da minha vida um tanto quando turbulenta e escura. Estou perdendo pessoas. Algumas delas não tiveram escolha, mas o que mais dói são as que escolheram isso.
É muito complicado "abrir mão" de alguém que sempre esteve presente, diariamente, por um longo período de tempo. Tu se acostuma com a presença da pessoa. Se acostuma com o jeito dela, com o sorriso, as atitudes (boas e ruins). Tu te apega à ela. E tu quer ela sempre ali, com todas as coisas que te fazem sorrir e com todos os defeitos. Porque afinal de contas, você a ama.
E quando de repente ela simplesmente não quer mais fazer as coisas contigo, falar contigo e decide sair definitivamente da sua vida e a única coisa que você pode fazer é aceitar, dói, e dói muito.
Como aceitar algo assim sem tentar lutar? Como aceitar que a pessoa se vá, quando você não quer que ela vá? Como permitir o afastamento quando você ainda se preocupa e sente carinho por ela?
Não tem como. E é aí que todo o sofrimento começa.
Você sente como se nada mais fizesse sentido na sua vida. Cada costume que você tinha relacionado à ela te machuca, dói e parece que rasga o peito. E ao mesmo tempo você sente raiva. Raiva de você, porque você sempre vai achar que a culpa é sua e somente sua. Raiva da pessoa, por estar te fazendo passar por tudo isso e sem sequer demonstrar um pingo de respeito e consideração por você, e ela deve isso a você, por toda a história que construíram juntos.
E o pior de tudo é que você sente tanto carinho por essa pessoa, que dói pensar em perde-la de todas as formas. Você ainda quer tentar manter contato. Ainda quer comemorar as vitórias e ficar feliz com as conquistas. Você quer vê-la bem e quer ficar bem. Mas como ficar bem se você está sofrendo e sofrendo por causa dela?
E só te restam duas opções, morrer de sofrimento e angústia diariamente até sabe-se-lá quando (porque esse tipo de coisa não vem com prazo de validade) ou então enfiar na sua cabeça todas as coisas de ruim que você já passou e sofreu enquanto tentava fazer as coisas darem certo. Enfiar na sua cabeça todas as vezes que você abriu mão de coisas que você queria, pra fazer a vontade do outro. Todas as vezes que você fez algo pra agradar e a recíproca não existiu. Enfiar na sua cabeça todas as vezes em que foi ignorada, pelo simples fato de ser mais fácil para a outra pessoa, enquanto tudo o que você queria era uma resposta e não o silêncio. Todo o descaso. E relembrar coisas que você até já havia esquecido, já havia superado. E reprimir todo o sentimento bom, todos os momentos de felicidade, todos os sorrisos, toda a saudade. Reprimir cada momento em que te fizeram se sentir especial e única, porque afinal de contas, isso não é mais verdade. Reprimir a angústia que tu carrega no peito por não poder abraçar-la forte. Reprimir a frustração por não poder ir até ela. E depois de tudo isso você talvez comece a se sentir melhor. E se isso acontecer é porque você, ainda amando ou não essa pessoa, vai passar a odia-la, sentir ânsia e raiva. O que de certa forma também não te faz bem, mas algumas vezes ainda é melhor que ficar sofrendo incansavelmente, sem rumo.

E o maior problema de tudo é que eu não sei qual das duas opções eu vou acatar. Por que eu sempre quero o que eu não posso ter. Eu quero que as coisas não mudem, porque eu me esforcei tanto por tudo isso que já passou. Porque eu fiz planos. Porque eu não consigo nem pensar em começar tudo de novo, desde o início (e a sensação que tu fica é de que se essa não é a pessoa certa, a pessoa certa não existe). Ou então eu queria poder aceitar a mudança. Aceitar e mesmo assim manter contato, saber as novidades e ficar feliz pela pessoa sem ter que sofrer. Queria poder entender o lado bom do porque disso estar acontecendo nesse momento na minha vida (porque eu sempre acho que tem um lado bom em tudo que acontece, mas o difícil é enxergar todas as vezes).
Ou vai ver na verdade tudo o que eu queira é só poder fugir. Fugir pra uma vida diferente. Porque a única coisa que eu tenho vontade nessa, agora, é de enfiar a cara no travesseiro e chorar até o final dos meus dias.

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