sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Em baixo de chuva.

Dia cinza, nublado. Particularmente falando, dias assim são deprimentes.
Chove sem parar, como se fossem lágrimas de alguém que chora com desespero. A aula acaba, sexta-feira. Finalmente chega ao fim mais uma semana cheia. Caminho ignorando o frio e a chuva até o final do telhado. Paro. Analiso a situação... O que é maior? A preguiça de abrir a mochila e pegar o guarda-chuva ou a vontade de não me molhar e pegar frio depois? Resolvo pegar o guarda-chuva.
Enquanto abro a minha mochila e vasculho a minha bagunça, vejo um vulto ao meu lado. Não dou bola. Em seguida, ouço: "Quer carona?". Olho para o lado espantada pela pergunta. Não consigo ver seu rosto, que se esconde por baixo daquela jaqueta jeans surrada que supostamente deveria nos servir de abrigo. Digo que não, afinal, estou em busca do meu abrigo.
O vulto então se joga na chuva, em seguida vou eu. Ao me aproximar do próximo telhado percorro meus olhos pela multidão de transeuntes, que procura se abrigar da tempestade, procurando aquela alma caridosa. Não o vejo. Simplesmente sumiu. Jamais saberei quem era.

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